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POR UMA CULTURA DE PAZ

Com esta edição de Escola você recebeu uma reprodução da obra Dove of Peace (Pomba da Paz, em inglês), de 1949, do pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973). Utilize-a para dar uma aula em que o tema seja a educação para a paz num mundo em conflitos. Além da gravura, o pôster traz a palavra "paz" escrita em francês, inglês, alemão e italiano. Comece pedindo que os alunos descubram quais são esses idiomas. Depois, pergunte se é necessário conhecer outras línguas ou mesmo ser alfabetizado em português para compreender a mensagem. Leve a turma a perceber que a pomba é um símbolo universal que representa a harmonia e a busca pela ausência de conflitos. Depois, desenvolva com os alunos uma atividade para mostrar a relação entre arte, valores e crenças um tema recorrente na produção artística de Picasso. Indicada para turmas de 1ª a 8ª série, a proposta é dos arte-educadores Maria Cecília Suguiyama, da Escola Móbile, e de Pio Santana, da Escola Estadual Padre Luiz Sérgio Pacheco do Nascimento, ambas de São Paulo.

Material necessário
Papel sulfite e canson
Lápis coloridos
Carvão vegetal
Dicionário
Aparelho de som
CDs com músicas sobre a paz

Afixe o pôster na parede e lance perguntas. O que a imagem representa? A cor do cartaz sugere alguma sensação? Que lembranças ou emoções afloram ao observarmos a gravura? Ouça os comentários dos estudantes e anote.
Como a palavra "paz" provavelmente foi a mais citada no item anterior, peça que a turma crie uma definição para ela. Sugira a consulta ao dicionário e ressalte que uma das explicações para o termo é "ausência de lutas". Qual a opinião da classe sobre isso? Essa situação é possível no mundo de hoje?
Comente a relação entre guerra e valores, opiniões e crenças das pessoas. Lembre que os artistas de várias partes do mundo sempre se manifestam contra atrocidades produzidas pelos conflitos por meio de suas obras. Pablo Picasso apresentou ao mundo os horrores da Guerra Civil Espanhola com o quadro Guernica, de 1937. Seis anos depois, o paulista Candido Portinari fez oito painéis conhecidos como Série Bíblica, influenciado pela visão picassiana de Guernica e sob o impacto da Segunda Guerra Mundial. Em 1956, o mesmo Portinari finalizou os painéis Guerra e Paz, que estão expostos no edifício-sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Explique aos alunos que esse organismo, criado em 1945, congrega 190 países e tem como objetivo promover a paz entra as nações. O que os estudantes pensam sobre esse intercâmbio de idéias entre o artista brasileiro e o espanhol?
Fale também sobre os pensadores que refletiram sobre o tema. O educador brasileiro Paulo Freire (1921-1997) escreveu que a luta pela paz é uma exigência imperiosa de nossa época. O escritor português José Saramago, por sua vez, diz que tolerar a existência do outro e permitir que ele seja diferente ainda é muito pouco. Quando se tolera, continua Saramago, apenas se concede, e essa não é uma relação de igualdade, mas de superioridade de um sobre o outro. Explore essas duas idéias com os alunos.
Convide a turma a se posicionar sobre o tema por meio de desenhos. Distribua folhas em branco, divida a turma em grupos e peça que desenhem outras versões de símbolos da paz. Que cores podem ou não ser empregadas?
Para inspirar a garotada, providencie a trilha sonora. As músicas devem ter a paz como tema. Sugestões: Minha Alma (A Paz que Eu Não Quero), do grupo O Rappa; Comida, do grupo Titãs; e A Paz, de Gilberto Gil.
Concluída a tarefa, exponha os trabalhos e faça uma apreciação com os estudantes. Instigue cada grupo a explicar aos demais o que fez.
O gênio da arte moderna
Pablo Picasso foi um dos artistas mais versáteis do século 20. Nascido em Málaga, no sul da Espanha, teve os primeiros contatos com a arte ainda em casa. Seu pai era professor de desenho e aos 15 anos ele já tinha o próprio ateliê. Picasso deixou uma fortuna avaliada em 300 milhões de dólares, dos quais 250 só em obras de arte. Seu trabalho pode ser dividido basicamente em três fases:
Azul (1901-1905), na qual pintou a pobreza, a cegueira, a alienação e o desespero.
Rosa (1905-1906), em que retratou acrobatas, dançarinos, arlequins e artistas de circo. Cubista (1907 em diante), marcada por um estilo menos naturalista e mais geométrico.
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